As atitudes abaixo, por mim, são as mais indicadas para ajudar uma mulher que sofre violência doméstica ou familiar:
- Não menospreze a situação. Não diga “você mereceu”, nem “você gosta de apanhar”, muito menos “deixe de exagero”
- Não considere quem agrediu mais vítima do que a vítima. Não há motivo algum para inocentar um agressor só porque a vítima do crime é uma mulher
- Não faça piadas sobre o assunto. Não tem nada de engraçado em ser vítima de uma agressão. Fazer piada é um passo para diminuir a importância da agressão perante a opinião pública, facilitando a aceitação da violência e, conseqüentemente, a impunidade
- Ajude a vítima a procurar um serviço de assistência jurídica e atendimento psicológico. Se for o caso, ajude-a a encontrar um novo local para morar. Se for possível, tente conseguir o apoio de familiares
- Tenha paciência se a vítima tiver recaídas, ou perdoar quem a agrediu. Raramente a vítima se livra do agressor rapidamente. Lembre-se que foram gastos muitos anos para construir uma relação violenta e, além de nem sempre ser fácil romper esses laços, existe uma pressão social para que a vítima não atrapalhe a vida do agressor (como se ele não tivesse cometido um crime!)
- Se puder, encaminhe o agressor para orientação psicológica, para que ele não repita a postura violenta com outras pessoas
- Não compare situações. Se A ou B conseguiu reagir à agressão e sair da relação rapidamente, contar isso vai apenas fazer a vítima se sentir fraca e culpada, fragilizando-a ainda mais. Cada pessoa tem um ritmo diferente para reagir
- Se a vítima quiser dar tratamento jurídico à violência, faça o possível para que ele ocorra de forma satisfatória. Procure orientação pelo 180 ou em serviços assistenciais de sua cidade. Exija o registro da ocorrência, não deixe policiais duvidarem da palavra da vítima ou tratá-la mal. Infelizmente, nem sempre autoridades policiais estão preparadas para atender casos tão delicados, e o desânimo ou descrédito na postura policial vai fragilizar a vítima ainda mais. Se ela não receber apoio, se sentirá injustiçada e tenderá a achar que não adianta o esforço de denunciar a agressão, colaborando para a impunidade do agressor