Outro dia me vi contando para colegas de faculdade bem mais jovens como era a educação universitária no governo Fernando Henrique Cardoso e porque eu tenho tanto desgosto por essa época. Achei que seria interessante deixar o registro no blog também, para refrescar as lembranças e lutarmos para que algo assim não volte a acontecer.
Passei a década de 1990 praticamente inteira dentro da UFMG. Primeiro na Escola de Música, cursando formação musical enquanto fazia o segundo grau. Fiz um intervalo de um ano, em 1996 (aqui já era governo FHC), estudando pro vestibular. Depois, cursei a faculdade de Direito. A formatura seria em dezembro de 2001, mas foi em fevereiro de 2002 por causa da greve de servidores.
Lembro-me da aposentadoria em massa dos professores da Escola de Música, pois estavam sendo implantadas novas regras para trabalho e previdência que seriam ruins para os docentes. Mais tarde, vi o impacto dessas aposentadorias na Faculdade de Direito: as vagas deixadas em aberto pelas aposentadorias foi preenchida em sua maioria por concursos de professores temporários (os famosos professores substitutos).
Alunos de pós-graduação ou bacharéis em Direito sem pós-graduação (não havia cursos de especialização, havia pouquíssimas vagas de mestrado e doutorado na UFMG, e o mestrado da PUC-MG só foi implantado em 1997) eram contratados como professores substitutos, recebendo um salário de R$300,00 (baixo, mesmo para a época) para ministrar aulas. Como professores temporários ficavam somente em sala de aula, não desenvolviam pesquisa. As poucas vagas abertas para professores efetivos exigiam dedicação exclusiva, com salários baixíssimos e sem recursos de nenhum tipo para desenvolver pesquisa.
Alunos de graduação que quisessem seguir carreira acadêmica tinham de se dispor a fazer pesquisa e monitoria de forma voluntária, pois as raríssimas bolsas não eram suficientes para todos os candidatos aprovados. A ausência de bolsas afastou alunos que queriam fazer pesquisa, mas que não tinham família para bancar seus estudos: ou trabalhavam (e aí eram recusados na monitoria/pesquisa voluntária, pois muitos orientadores exigiam dedicação em tempo integral), ou se sujeitavam a pesquisar sem bolsa e aguardar pacientemente na fila até obtê-la.
Os prédios onde estudávamos eram ruins, pois não havia um mínimo de preocupação com planejamento ou manutenção. Os elevadores nunca funcionaram a contento, e sempre alguém ficava preso neles. A faculdade de Direito conseguiu fazer algumas reformas em meados da década de 90, alterando um dos prédios (o menos velho) para receber todos os alunos de graduação, e ampliando a biblioteca (que funcionava num porão e passou a ter um prédio acima do porão, com mais mesas para estudo, novas instalações elétricas e até elevador). Porém, o problema da manutenção era sério: quando um professor e meus colegas ficaram presos no elevador da biblioteca e foi necessário destruir sua porta para que eles saíssem, mais de seis meses se passaram até consertarem o elevador e reorganizarem a biblioteca.
Falando em biblioteca, ela era um horror: só tinha livros velhos, mofados, e poucos periódicos estavam atualizados. Estudar na biblioteca era sinônimo de sinusite e alergias. Cansei de estudar lá em época de chuva ouvindo goteiras. Não havia verba para comprarem os livros indicados pelos professores. O D.A. fazia campanhas incentivando editoras a doarem livros para melhorar o acervo.
O período em que estudei foi também o período das greves. A de 1998 é particularmente memorável, pois metade dos professores entrou em greve (eram os professores em dedicação exclusiva) e metade não aderiu à greve (professores substitutos, em estágio probatório, e em tempo parcial que priorizavam atividades não-acadêmicas como advocacia). A greve foi de março a julho, e bagunçou todo o calendário acadêmico por cerca de dois anos. Pra mim, o impacto da greve foi terrível, pois tive aula direto entre março e outubro (primeiro com os professores que furaram a greve, e depois com as aulas de reposição) e o novo calendário bagunçou todo o esquema de férias, que passaram a ser bem curtas, em maio e outubro, totalmente incompatíveis com minhas férias no trabalho. Ter aulas em salas abafadas em pleno 40 graus de janeiro foi algo bastante desgastante, não tinha ventilador que amenizasse o desconforto (pelo que me explicaram, a reforma do prédio para receber as turmas de graduação alterou – pra pior – a circulação de ar).
Quando o calendário voltou ao normal, veio outra greve. E mais outra, e mais outra… quando não era greve de professores, era greve de servidores, ou de ambas as categorias. E todos tinham razão em suas reivindicações: salários baixos, congelados, planos de carreira que só retiravam direitos, e péssimas condições de trabalho.
Não tenho saudade das dificuldades dessa época, e ainda não entendo como um presidente que era professor universitário conseguiu destruir a universidade desse jeito.
Estando hoje novamente na UFMG, vejo o quanto algumas coisas mudaram (mais verbas pra pesquisa, bolsas de monitoria, novos livros – inclusive estrangeiros – na biblioteca). Tem muita coisa que pode ser melhorada (como a manutenção dos prédios e elevadores), mas não tem nem comparação com o pesadelo que foi estudar durante o período Fernando Henrique Cardoso. Às vezes é necessário ver ou viver situações bastante ruins para dar valor quando elas melhoram…
estudei na ufrj entre 96 e 99, e a situação foi rigorosamente a mesma, sem tirar nem pôr. os primeiros dois anos do curso eram ensinados por pobres professores substitutos (alguns péssimos, outros ótimos mas sem nenhuma outra perspectiva profissional) e q ganhavam somente 400 por mês, um salário de fome.
belíssimo texto.
Olá Cynthia,
Primeira vez que venho ao seu blog. Alguém twittou seu texto e vim aqui conferir.
Sou aluno da UFMG, me formo no final deste ano e, encontrei condições muito favoráveis de ensino, bem diferentes do quadro que pintavam das instituições públicas quando eu ainda era estudante. É claro que existe muita coisa a ser melhorada mas, tenho certeza que os alunos que entram hoje na UFMG encontram uma universidade em expansão, não apenas física, mas principalmente nas condições de construir conhecimento.
Eu nunca tinha feito essa relação do governo FHC com as condições da universidade, até porque não estive na universidade durante este período. Mas acho extremamente válido relembrar.
Ótimo texto.
Olá Cynthia!
Mesmíssima coisa na UFV – Universidade Federal de Viçosa. Estudei lá entre 1995-2002, incluindo Mestrado, o qual fiz, dividindo a bolsa de 700 reais com mais dois estudantes! Como você, eu tive problemas com as greves. Lembro que fizemos uma greve de estudantes, pois os aumentos do “bandeijão” eram constantes e injustificáveis. Faz 7 anos que não apareço por lá, mas as notícias são bem melhores, atualmente.
Seu texto está ótimo e deveria ser mais divulgado, para que o pessoal mais novo tenha conhecimento das dificuldades que todos passamos durante essa administração do “professor” FHC e do inesquecível ministro Paulo Renato.
estudei na Escola de arquitetura da UFMG entre 1997 e 2002 e foi a mesma coisa. Lembro também que havia constantes ameaças de fim de programas de bolsa para discentes, como o PET. Outro dia alguém escreveu no twitter: quem estudou em federal no governo do FHC não vota no Serra. acho que é um raro consenso.
Estudei na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia entre 2002 e 2006, e a situação da faculdade não era muito diferente da UFMG na era FHC. Curso cheio de professores substitutos, prédio em total abandono, biblioteca pobre e que funcionava só até as 14h, constantes assaltos e até estupros nas dependências da faculdade… A situação era tão vexatória que os estudantes eram obrigados a levar papel higiênico e sabão para usar na faculdade se não quisessem passar vergonha. Foi construído um prédio novo, mas as salas são tão quentes que no verão se transformam em verdadeiras “saunas de aula”.
A única diferença é que não havia elevador na época em que eu estudei lá. Exceto isso, a situação era a mesma.
Concordo com tudo que foi dito por aqui… Não fui universitária no governo FHC, mar meu irmão foi e, pior, meu pai é professor universitário. Ou seja, a minha família sentiu na pele a crueldade que foi praticada contra o ensino universitário por FHC e Paulo Renato (esse nome me provoca arrepios até hoje). Meu pai sempre foi envolvido em diversas pesquisas e, de repente, ficou sem nenhuma. O baque financeiro também foi grande. O que nos salvou (pelo menos financeiramente), foi que nesse período meu irmão foi aprovado para a UFRN e eu entrei na ETFRN. E testemunhei a tentativa desses dois sujeitos de desmantelar as escolas técnicas. Foi um período difícil, também de muitas greves, protestos. Ver o que Lula fez com o ensino técnico e superior do nosso país me emociona.
Estudei na UFRJ em 1993, na UnB em 1994, na UFPE em 1995-96, e na Uni-Rio em 1997-1999. Com exceção da UnB, o que vc diz poderia descrever exatamente como estava a situação em cada uma delas. Na UFPE a falta de professores era um problema gravíssimo – na época de matricula mais da metade das materias obrigatorias nao tinham professor. Na ultima hora conseguiam mestrandos para dar a disciplina. A qualidade era terrivel. Ninguem sabia quando ia se formar por causa das greves. Bom saber que as coisas melhoraram.
Olá, Cynthia!
Estudei na UnB de 2002 a 2009 e pude ver como as coisas melhoraram, mesmo. O número de bolsas aumentou (não muito, mas significativamente), a biblioteca melhorou e os laboratórios (os que conheci) também. Mais professores de carreira foram contratados. Houve muitas greves, mas a densidade foi menor (eram de dois em dois anos, passaram a ser de três em três anos, uhu!); para falar a verdade, a maioria das greves eram EMHO absurdas, mal conseguiam fazer uma reivindicação consistente, mas também houve, em 2008 ou 2009, a única greve que até os mais antissindicalistas dos professores apoiaram, quando iam cortar um auxílio praticamente incorporado ao salário dos professores. A infraestrutura, por sua vez, deu uma melhorada monstruosa nos últimos anos: prédios inteiros foram construídos para expandir a universidade, que recebia mais e mais alunos.
Enfim, mudou bastante e para melhor! Mas, para falar a verdade, eu queria uma compraração das universidades públicas durante o governo FHC com as universidades antes do governo. Vai que as universidades eram cidadelas governadas pela Tina Turner antes disso, né? 😉 De qualuer forma, para mim a melhora na universidade foi evidente durante o governo Lula.
Verdade, entrei na UnB em 1996 e alguns anos depois uma professora (que era doutora e chefe de departamento) nos mostrou o contra-cheque dela ganhando só 800 reais; fora que o tempo todo era um rumor de que iria privatizar, todo ano falavam isso…
Pois é Cynthia, na UDeSC, qdo estudei lá, de 98 até 2003 pra completar a situação calamitosa de falta de quadro de professores, não tinha nem papel higiênico nos banheiros. Em todo o centro de artes- com cursos em 5 áreas distintas, apenas 2 bolsas de pesquisa do gov. federal- que eu dividia com uma colega- dáva 100 reais por mês.
Nos laboratórios, tinhamos q comprar materiais, no e escultura, havia maquinário, mas não $ pra comprar 1 butijão de gaz para colocar a solda pra funcionar… e por aí a fora.
Hoje, apesar de longe de ideal, vejo o Centro reluzente, principalmente comparativamente àquele período- professores conseguindo realizar melhor seu potencial, com bolsistas, biblioteca nova, melhor equipada etc…
Não dá pra esquecer né?
Que belo e importante trabalho de resgate da memória, Cynthia! Reproduzi trechos no aNimOt.
Fui aluno da UFRGS durante o governo FH, e posso dizer que a situação era a mesma. Lembro dos banheiros fétidos e imundos, e também das aposentadorias em massa. O horror, o horror.
Bom, todo mundo já sabe, mas não custa dizer: na UFRGS foi a mesmo coisa, talvez ainda pior.
A mesma coisa na UFRGS, sem tirar nem pôr. A turma do FHC faz mal pras universidades brasileiras.
ops, corrigindo: em “atingiu duas ou três gerações docentes”, leia-se “discentes”.
Olá saudação. Eu estava muito interessado em seu artigo porque apesar de eu conhecer bem a situação em Portugal, se em Espanha, e eu acho que é muito simlar ao que deve ser adicionado a falta de respeito dos alunos aos professores.
Muito obrigado e melhores cumprimentos.
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Concordo plenamente….
Estudei na USP, de 1995 a 1999. Lendo seu texto, pareceu-me que era quem o tinha escrito.
Estudei na UFMG entre 1994 e 1997. Situação trágica, falta de professores, equipamentos sucateados, luta heróica dos poucos docentes que restavam no curso de Relações Públicas para manter a qualidade do ensino. Fomos jogados às traças…
Fui um desses professores substitutos e concordo plenamente. Hoje vejo que não estava 100% preparado para lecionar e contei com a vontade e ajuda dos professores titulares. Enfim, muita coisa mudou mesmo, menos na USP que, pelo fato de ser estadual, está muito atrasada em relação ao restante do Brasil. Fora que só agora inicia-se o processo de internacionalização. Excelente texto, elucida muito a questão.
Situação semelhante também aqui na UFAL em Alagoas.
… ai ai só de pensar… e ainda há tanto o que melhorar
[…] Ei, aluno da universidade federal, sabe como era a universidade pública no governo FHC? Leia aqui: http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ […]
Jose Martin – Eu nao entendi o q ele falou.
Estudei no ifpe entre 98-2003 estava lá na lendária greve de 98 e realmente o texto da menina tem td haver com a realidade q nso vivemos naquela época. Quem estudou nessa época em instituição pública n vota em Serra
Eu estudei na UFMG de 2001 a 2004 e fui professora substituta lá em 2006-2007. Na época, o salário de substituta era de 500 reais. 3 anos depois e já está a 1500 – agora sim dá até para pagar as contas…
Você acha que tudo isso aconteceu pelo governante que estava no poder ou pelo contexto da época? (Só estou argumentando e não sendo oposta à sua idéia, afinal, tô me lixando pro que acontece no Brasil, moro fora e nunca mais morarei aí).
Terminei Geologia na UFRN em 1995 e a situação era a mesma citada por voce. Hoje não só a geologia, mas toda a UFRN é outra universidade e muito melhor. É impressionante a quantidade prédios e laboratórios sendo construídos. Concursos publicos estão sempre acontecendo e o melhor de tudo é que hoje a UFRN tem cerca de 30mil alunos, bem mais que aqueles 15 mil da década de 90.
Perfeito, muito obrigado pelo texto.
Estudei na mesma época e vivenciei exatamente as mesmas coisas.
Sem contar: projetos de “autonomia” universitária e eliminação da pesquisa em nome de alguns “centros de excelência”, congelamento do valor e corte do número de bolsas por vários anos, cogitações mil sobre cobrança de mensalidades ou taxas semestrais…
E o ministro era Paulo Renato, o secretário de educação de SP e provável ministro em uma (infeliz) eleição de Serra…
Entrei na UFRJ em 2001/1 e peguei o finzinho do FHC. Logo no começo do segundo período rolou greve, que se não me engano foi até dezembro ou começo de 2002. Foi uma das greves mais longas da UFRJ, chegou a afetar até mesmo o vestibular.
Nessa época, o reitor era o famigerado Vilhena, último da lista tríplice, mas imposto por Paulo Renato. Diziam que ele privilegiava aliados na distribuição de recursos. Não sei o quanto disso é verdade, mas era nítida a diferença de conservação entre o CCJE e a ECO, respectivamente pro e contra o reitor, que ocupam alas do mesmo prédio. Você andava por corredores caquéticos até passar pelo portal que dividia as duas unidades (só uma porta com batente alto, mas a sensação era a de que era um portal para outra dimensão mesmo) e entrar no CCJE, onde tudo passava a ser limpinho e reluzente…
Só vi a ECO melhorar quando nas gestões do Carlos Lessa (2002) e, já sob Lula, o Aloísio Teixeira — que havia conquistado o primeiro lugar na mesma lista em que Vilhena ficou em último. Finalmente a unidade pôde ter banheiros limpos com papel higiênico, paredes pintadas, os equipamentos da Central de Multimídia sofreram upgrade, etc.
Comentando o comentário de Bottmann:
A correção de Paulo Renato não resolveu o esvaziamento dos professores, apenas o agravou com a multiplicação de professores substitutos e mal pagos.
Ao invés do que foi feito a melhor “moralização” passaria pela exigência dos professores bem pagos corresponderem ao pagamento que recebiam (numa palavra: fiscalizaçao), e não provocar uma evasão em massa tapada por professores substitutos. Veja-se que os efeitos daquilo tudo perduram até hoje.
Muito bom esse relato. Tudo o que aconteceu e acontece é verdade. Mais interessante ainda é o post da denise bottmann explicando o porque acontecia aquilo (pra os mais radicais que veêm isso como má fé do governo passado) e afirma o que eu sempre tenho dito: os 8 anos de governo Lula não é uma construção exclusiva dele.
Olá! É a primeira vez que vejo seu blog. Achei interessante o resgate que você fez sobre um momento tão tenebroso na história das universidades brasileiras. Estudei na UFMT entre 1994 e 2002. Primeiro fazendo graduação e depois mestrado. Nessa época, as reformas implantadas por Paulo Renato e Cia deixaram nossa universidade um caos. Além dos problemas com os profesores contratados que vc citou e bem, as verbas para pesquisa eram escassas e disputadíssimas especialmente na área de ciências humanas e sociais. Foi incrível ver como um professor pode, em tão pouco tempo, promover tamanho atraso no sistema de ensino. No momento atual, a necessidade de avanços é visível, mas não se pode comparar os dois momentos. Não moro mais no Brasil, mas quando fui à UFMT em 2009, parecia uma outra universidade… fiquei muito feliz. Parabéns pelo seu blog.
Até a próxima visita.
[…] Ei, aluno da universidade federal, sabe como era a universidade pública no governo FHC? Leia aqui: http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ […]
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Impressionante como seu relato se confunde com centenas, milhares de histórias semelhantes. Estudei na Universidade Federal do Ceará entre 1996 e 2000 e, durante a leitura, tive impressões profundamente vivas de que sua história também é a minha.
O momento é de mobilização para que este tipo de história não se repita. Por convicção, por patriotismo, por pensar em futuro melhor para nossos filhos.
Um abraço, Cynthia.
[…] aluno da universidade federal, sabe como era a universidade pública no governo FHC? Leia aqui: http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ No governo do professor FHC, não havia PROUNI e, se pobre quisesse fazer curso superior, só lhe […]
Olá Cynthia,
Também não tenho boas lembranças da época FHC. Voltei dos Estados Unidos com Ph.D. e levei quase cinco anos para conseguir um emprego definitivo. Foram dois anos e cinco meses como bolsista recém-doutor no INPE, mais dois anos como professor substituto na UFV e mais quatro meses como efetivo na UFG, mas em área não adequada. Só depois consegui uma posição adequada na UFRRJ. Já estava quase voltando para os Estados Unidos para trabalhar em uma Universidade.
Só que eu acho que não é o Lula que foi melhor, e sim as circunstâncias externas e internas que elevaram este governo ser melhor para as universidades. Existe uma pressão para que os países atinjam metas para que 30% dos jovens estudem em universidades. A dupla FHC/Paulo Renato quiseram atingir esta meta através do aumento de universidades e faculdades particulares. Até ajudaram financeiramente as particulares, mas o resultado não foi satisfatório porque se esgotou a capacidade financeira da grande massa da população para pagar uma faculdade particular. Veio então o governo Lula. Este quis abrir duas frentes: aumentar o número de vagas nas federais principalmente através do REUNI e nas particulares através do ProUni. Com todas estas estratégias provavelmente não chegaremos aos meros 20% até o final de 2012. O próximo governo vai ter que enxergar uma nova frente a ser aberta, que acredito ser o aumento dos cursos de superiores tecnológicos.
Só para lembrar, na Inglaterra 40% dos jovens passam por Universidades. Na Alemanha e em boa parte dos outros países da Europa este número é de 30%. E lá, nas universidades que aderiram ao processo de Bologna boa parte dos cursos passaram para 3,5 anos, mesmo os de Engenharia, com possibilidade de PG/espacialização de 2 anos em seguida à graduação.
Parabéns pelo Blog!
Desculpem-me pelo erro: “A dupla FHC/Paulo Renato quiseram…”. Corrijam para “A dupla FHC/Paulo Renato quis…”
Belo texto , deixei de me formar pelo CEFET – RJ pelo mesmo motivo … faltavam professores e a expectativa de trabalho era péssima , a industria em decadência e até a PETROBRAS tinha deixado de ser interessante …. Aliás , por pouco não foi destruída e vendida pelo FHC …
Estudei na UFMG de 2003 a 2007. Tive bolsa na graduação e no mestrado e, mais que isso, pagava meu aluguel e comprava livros com a bolsa da capes, algo que qualquer pesquisador deveria poder fazer em qualquer período de nossa história universitária. Vi o corpo doscente de meu departamento crescer (na verdade, quase duplicar) nesse período. E tudo isso graças a idéias simples e poderosas do governo lula. Quando leio sobre a situação das universidades públicas no governo FHC, parece que estou diante de um livro de história sobre um país antigo lá do terceiro mundo, que não é o meu e nem quer ser.
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Sou professor da UFRJ desde 1992. Ou seja, testemunhei (ou melhor, sofri) todo o mandato do Fernando Henrique/Serra/Paulo Renato. O que esse trio fez com as Universidades públicas foi típico da estratégia seguida para privatizar: primeiro faz com que o serviço fique tão ruim que, no final, as pessoas acabam achando que privatizar é bom. Fizeram assim com as telecomunicações, fizeram assim com a saúde (os planos de saude privados cresceram imensamente nesse período) e tentaram fazer isso com a Petrobras (cortando recursos na manutençao, o que levou até à queda de uma plataforma, justamente quando começaram a falar na Petrobrax, uma tentativa de privatização). No caso da nossa UFRJ e das outras federais foi a mesma coisa: estrangulamento de verbas (não tinha dinheiro nem para pagar a conta de luz!), precarização do ensino com a contratação de professores substitutos e, no nosso caso, intervençao com a escolha, pelo Paulo Renato, de um reitor incompetente e sem representacao (o Vilhena). Sob o Vilhena, que nao tinha recebido nem 10% dos votos na consulta eleitoral, nao tinhamos reunioes do conselho universitario, e houve claro muitos protestos. Felizmente, os movimentos de resistencia dos professores, servidores e alunos, através de inúmeras greves e protestos, conseguiram freiar a destruição das universidades publicas, mas foi justamente nesse período que as faculdades privadas quintuplicaram em número. Acho que podemos dizer, sem sombra de duvidas, que a gestao do PSDB no governo foi um desastre para a educação do Brasil. Que Deus nos livre de termos de sofrer novamente um governo desse pessoal!
Olá, adorei esse texto exclarecedor, me identifiquei muito, não eu não sou universitária ainda, mas quem disse que esse problema não aconteceu por esses tempos recentes..Só quem estudou em escola publica, ensino media em SP, como José Serra como Governador sabe do que estou falando..Teve como na sua epoca recentemente Greves dos professores que diferente do que disse a Midia, Não foi por causa do Baixo salário, e sim organização, verbas que não tem nenhuma, e pior aquele Caderno do aluno, jornal do aluno, Tudo isso bagunçou e muito os ultimos tres anos letivos e adivinha? Ensino médio que deveria ser a preparação para o vestibular, foi totalmente bagunçado. Graças ao Governo Serra..isso é só algumas coisas que ele implantou. Se vc não gostou do Governo de Fernando Henrique Cardoso…Acho que não vai gostar de Governo Serra…Tanto é que ele perdeu em SP.
Conheço muito bem a situação da era Collor-FHC na educação pública federal… Isso porque eu fui estudante e professora na época, senti os problemas como grevista e como aluna dos professores em greve…
De fato, em 1987 entrei por concurso no Colégio Pedro II, para ser professora do antigo primeiro segmento. Na época eu cursava a minha primeira graduação. Só tinha o ensino médio e recebia 10 salários mínimos!!!
Hoje, após 23 anos de serviço, duas graduações, pós-graduação, mestrado e um quase doutorado… advinhem????? Meu salário é um pouco mais de 10 salários mínimos!!!!!
Vale dizer que a situação melhorou bastante com a reformulação de plano de carreira proposto neste último mandato do governo Lula. Mas a defasagem salarial foi imensa nos 12 anos em que muito pouco se fez para a educação brasileira no país.
Não há como melhorar a educação básica se não existir investimento maciço na formação do professor, e isso inclui a pesquisa e os cursos de licenciatura. Houve muitos avanços nestes últimos anos, porém há muito mais para se fazer!!!!
Em 2012 eu deveria me aposentar, todavia, com a reforma previdenciária, sou obrigada a trabalhar mais 5 anos, por causa da idade mínima… O que as pessoas que fazem as leis não compreendem é que o desgaste físico e emocional de quem lida dia-a-dia com crianças pesquenas é muito grande. Então, acabo perdendo a aposentadoria especial de 25 anos porque precisei trabalhar desde muito jovem…
Mas, no final das contas, sou uma privilegiada, já que não serei mais uma doutora desempregada, realidade de vários colegas meus…
Como disse, analisando a minha experiência discente-docente no ensino público federal, muitas coisas melhoraram na fase Lula, mas ainda há muito o que se fazer pela educação para que o Brasil realmente possa ser considerado um país de “primeiro mundo”.
Ótimo depoimento, caríssima Cíntia!!!!
[…] Pra quem não se lembra do período de governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Túlio Vianna fez uma coleção de links contando um pouco do período tumultuado que foi o governo FHC. Tentam vender o governo FHC como estável, mas é mentira. Tivemos racionamento de energia elétrica (o famoso “apagão”), dólar a R$4,00, a economia quase quebrou no período pós-reeleição (sem contar a mal explicada – tanto financeira quanto ética – história da reeleição em si), além de privatizações a preço de banana e, como já publiquei antes, um caos na vida universitária. […]
Também viví essa época. Debandada dos professores antigos, pedindo aposentadoria e indo trabalhar nas universidades particulares. Contratação de professores substitutos medíocres por baixíssimos salários. Um deles me mostrou seu contracheque duma feita: ganhava menos que eu como bolsista. Depois dizem que cotas acabam com o ensino de qualidade…acho que tem mais coisas que acabam.
Precisamos levantar essa bandeira na luta contra FHC e sua quadrilha,pois,não podemos retroceder para um governo com uma politica tão excludente que foi desses camaradas do PSDB.
Boa tarde Professora,
Sou aluno do curso de graduação de Gestão de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, fico bastante grato pela informação passada, pois foi de enorme contribuição para os alunos e pessoas que fazem o ambiente das universidades públicas de todo o país, em especial, como disse anteriormente, aos estudantes, para que os mesmos futuramente venham a somar-se com os seus esforços em disseminar essas informações grandiosas da conjuntura política em que passou no país nesse período liberal.
agora eles estao reformando o palacio universitario, é verdade que a ECO deu uma boa melhorada, mas vou discordar de uma coisa: os banheiros precisam de reforma URGENTE hehe
Andréia, não sou a Cynthia, mas me atrevo a uma quase-resposta: acho que a diferença de prioridade dada pelos governos do PSDB e do PT aos bens públicos é um sinal bem sonoro de que o próprio governo é bem mais responsável do que o zeitgeist/contexto da época.
Olá Cynthia,
A reforma que a Faculdade de Direito fez no meio da década de 90 só foi possível em virtude da amizade pessoal do Diretor (prof. Aloísio) e o ex-presidente Itamar Franco.
Fora isso, teríamos ficado como o restante da UFMG. À míngua.
[…] Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
[…] Lembranças: vida universitária no governo FHC (via Cynthia Semíramis) Ir aos comentários Outro dia me vi contando para colegas de faculdade bem mais jovens como era a educação universitária no governo Fernando Henrique Cardoso e porque eu tenho tanto desgosto por essa época. Achei que seria interessante deixar o registro no blog também, para refrescar as lembranças e lutarmos para que algo assim não volte a acontecer. Passei a década de 1990 praticamente inteira dentro da UFMG. Primeiro na Escola de Música, cursando formação musical … Read More […]
[…] Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
Olá, Cynthia. Sou professor na UFRRJ e vivi isso durante minha graduação em Farmácia na UFRGS, em Porto Alegre. Vi também a situação ir melhorando aos poucos quando entrei no doutorado e a bolsa de mestrado foi reajustada, pela primeira vez em 8 anos, de 750,00 para 1.200,00 e a de doutorado para R$ 1.800,00.
[…] Ei, privilegiado aluno da universidade federal, sabe como era a universidade pública no governo FHC? Leia aqui: http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ […]
[…] cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
O que você presenciou, foi o chamado Sucateamento das Universidades, com o simples propósito da Privatização das mesmas. Não consigo entender, como o povo não se dá conta, ou não vê, como a turma do FHC, entrega nosso País ao estrangeiro! Agora o Sr. Serra vem dizendo que nossas empresas tem que ser nossas e vai fortalece-las! Hora, que piada, é o mesmo discurso do FHC, dizendo que não iria privatizar! E o cara (FHC), mudou até a Constituição Brasileira, para poder entregar o País! Acorda meu povo, acorda!
[…] cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
[…] Passei longos anos da minha vida dentro de uma universidade federal (a UFRGS), e lembro detalhadamente como era a realidade do ensino superior público ao longo do governo FHC. Entre 1998 e 2002, período em que cursei a graduação em Ciências Sociais, os salários dos professores permaneceram praticamente congelados e, muito pior do que isso, havia uma notória defasagem na quantidade de docentes. Não era incomum que um professor se aposentasse e nem sequer fosse autorizada a realização de concurso público para repor a sua vaga. Professores substitutos, ainda em processo de formação e tremendamente mal remunerados, assumiam disciplinas fundamentais. A infra-estrutura dos prédios era precária, sendo que a palavra “sucateamento” com certeza não era um eufemismo para definir a situação. Em 2003, quando comecei a cursar o Mestrado, o presidente Lula mal havia assumido, mas logo foi possível perceber que algumas coisas estavam mudando: as bolsas de pesquisa e graduação, estagnadas há muito tempo, foram reajustadas, por exemplo. As transformações não foram todas imediatas, é claro, mas, posteriormente, muita coisa aconteceu: criação de universidades, ampliação de campi, concursos para docentes e servidores, recuperação dos salários… Realmente, para quem viveu aquela época, não há como fazer uma comparação que seja favorável a FHC. Não sou apenas eu quem está dizendo isto: diversos reitores de universidades federais, os quais seria lamentável rotular como “rebanho cego petista”, destacaram, em manifesto recentemente divulgado, os investimentos do governo Lula em educação. Esta leitura é especialmente importante para os mais jovens, na faixa dos 20 anos, que estão nas universidades e não têm a mínima ideia do que acontecia durante a “era FHC”. Se quiserem um outro relato sobre o assunto, não deixem de ler o que diz a Semiramis. […]
[…] endereço http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ , a autora faz um relato do que era a universidade na era FHC, meus atuais alunos não estavam […]
Cynthia, achei o seu texto interessante por relatar a situação do sucateamento das universidades de dentro. O mais engraçado é que muitos não acreditam no quanto a situação das IFES mudou (para melhor) no governo Lula.
Creio que também posso falar com alguma propriedade da situação da UFMG, já que tenho percursos diversos dentro da instituição: aluno do Colégio Técnico, entre 1998 e 2000, graduação de 2002 a 2007, servidor da UFMG e aluno de mestrado desde 2008.
Tive experiências desagradáveis como aluno do Colégio Técnico da UFMG, entrando em 1998 e enfrentando uma greve de quase 4 meses, logo de cara (a mesma que você pegou). Eis que quando o calendário estava regularizado, em 2001 tivemos nova greve por motivos semelhantes e, dessa vez, fui prejudicado como aluno da graduação.
Naquela mesma época, não tinhamos bons recursos como laboratórios modernos e a infraestrutura estava em frangalhos, sem materiais de limpeza e manutenção. Vale até ressaltar a moratória que a UFMG teve que declarar por não estar recebendo determinadas verbas do governo federal (em 2002), deixando de pagar contas de água, luz e telefone, e fazendo com que a reitora da época, Ana Gazzola tivesse que ir pleitear (ou implorar) verbas diretamente em Brasília, tal era a situação caótica.
Confesso que comecei a sentir a diferença em 2005, quando pude participar, com bolsa de projeto de Iniciação Científica e a faculdade onde eu cursava graduação começou a receber novos professores concursados, além de equipamentos e melhor infraestrutura.
Hoje, como mestrando, vejo o quanto existe fomento para a pesquisa e estímulo aos alunos a seguirem carreira acadêmica. Não só as vagas para cursos de graduação, mas também as de pós-graduação aumentaram sensivelmente. Como servidor da UFMG, vejo o número de novos docentes e técnicos admitidos nos últimos anos por meio de concurso, cerca de 400 nos últimos dois anos, número que, apesar de ainda ser insuficiente, supera em muito os 8 anos do governo FHC que teve apenas 2 concursos para técnicos-administrativos (enquanto que no de Lula, só de 2008 para cá são 4).
Meus colegas que trabalham a mais tempo também relatam as condições precárias de trabalho e, principalmente, o arrocho salarial da Era FHC. Mesmo que todos concordem que ainda a situação esteja longe de ser ideal, ela está muito melhor do que nos governos do PSDB. Além do mais, o governo Lula valoriza mais o servidor público (seja técnico-administrativo ou docente) do que os do PSDB (basta ver como está a situação dos servidores do estado de Minas Gerais sob a 8 anos de gestão desse partido).
Enfim, não quero parecer partidário ou algo do tipo, reconheço que o governo FHC teve seus méritos, principalmente com o Plano Real e algumas iniciativas no campo da saúde, mas a situação no governo Lula está, sim, melhor do que na época de seu predecessor, ao menos para as IFES.
[…] A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira. […]
[…] cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
[…] A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira. […]
[…] cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas […]
Meu voto no dia 31….
da maneira como foi aprovada a reeleição, do fato dele não ter criado uma única universidade federal nem ter construído um único campus que seja, do sucateamento das universidades federais, da proliferação de universidades particulares de qualidade duv…
Olá Cynthia,
Quero parabenizá-la pelo excelente post. Durante o período mencionado, eu era aluno da UFES, no Espírito Santo, e minha situação foi a mesma, várias greves, total desperiodizamento e falta de professores(mesmo substitutos) e livros…
Passava vergonha de estudar numa Federal. Minha irmã entrou ao mesmo tempo numa faculdade particular, formou em 4 anos e começou a atuar cedo…eu me formei em qse 7 anos(sem exagero) e tive que passar boa parte da faculdade tentando conciliar com um mercado de trabalho super concorrido.
Juro que não consigo entender como tanta gente ainda aponta FHC como grande presidente do Brasil e Serra como mais preparado hoje…
[…] A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira. O salto na pesquisa brasileira desde a eleição de Lula é bastante expressivo. Em 2003, os investimentos em ciência e tecnologia foram de 21,4 bilhões de reais; em 2008, já atingiam R$ 43,1 bilhões. Paralelamente, houve notável aumento da produtividade científica brasileira: as publicações em peer-review journals saltaram de 14.237 em 2003 para 30.415 em 2008. Subimos da 17ª posição no ranking da SCImago, em 2000, para a 14ª, em 2008. Passamos países com maior tradição de pesquisa, como a Suíça e a Rússia. A política de pesquisa do Governo Lula foi elogiada inclusive pela Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo (aí, Tio Rei, coloque mais essa na lista do jornalismo chapa-branca). […]
[…] falei antes, e não custa repetir o link para meu post sobre o horror que foi a universidade no período FHC. Na mesma linha, o post do Túlio Vianna explicando governo FHC para a juventude que não se lembra […]
[…] No caso da UFRJ empossou um interventor como reitor. Neste endereço http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ , a autora faz um relato do que era a universidade na era FHC, meus atuais alunos não estavam […]
[…] Ei, aluno da universidade federal, sabe como era a universidade pública no governo FHC? Leia aqui: http://cynthiasemiramis.org/2010/08/17/lembrancas-vida-universitaria-no-governo-fhc/ […]
[…] cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 16 universidades federais e outras […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
Estudei na UFMG de 94 a 98 e foi bem isso mesmo. No prédio da Letras faltava papel higiênico e água nos banheiros. Tive muitas aulas com professores substitutos que só tinham graduação, porque os professores titulares e adjuntos, que eram doutores, tiveram que se aposentar. Mas felizmente nos anos 2000 a Letras da UFMG tornou-se uma referência no meio acadêmico. É a única com conceito 7 na CAPES – pós-graduação em literatura – no país. Que diferença!!!! Zeus que nos livre de outro governo da tucanada!!!
[…] que lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos 90. Ainda na Folha de São Paulo, Gilberto […]
[…] que lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos 90. Ainda na Folha de S.Paulo, Gilberto […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
[…] até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos 90. Ainda na Folha de São Paulo, Gilberto […]
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]
Fui estudante de Eng. Florestal na UFSM, Santa Maria RS e depois, mestrado em Sensoriamento Remoto na UFRGS, Porto Alegre RS, entre 1991 e 1998. Fui morador da casa do estudante, filho de pais trabalhadores assalariados, e sofri muito com os constantes ataques de FHC / P.R. à política de assistência estudantil. Falta de manutenção e ampliação da moradia estudantil, frente a crescente demanda dos filhos de trabalhadores, péssimo R.U., etc. Durante todos os anos tivemos greve de professores ou servidores destas universidades, sempre por melhores salários, o que inexoravelmente se reflete na qualidade da formação. Lembro de um excelente professor de Solos, que tinha concluído Mestrado a pouco, e sabíamos que o salário de professor universitário era pouco mais que R$ 1.200,00, uma vergonha. Só não gosto de lembrar do R.U. onde a carne tinha cor verde, o feijão tinha pedras de arenito, além dos insetos que ficavam dissolvidos no sumo e finalmente uns pedaços de galeto que pareciam, e provavelmente eram, pintos. Faltou falar no bem humorado, para não dizer triste, bife 007, frio, duro e com nervos de aço (HEHEHEHE!?). Por tudo isso, procure descansar em PAZ P.R. e que Deus da forma que a burguesia neoliberal compreenda lhe perdoe, talvez por sua ignorância da extensão de sua política e administração no Ministério da Educação, durante aqueles áridos anos.
Caio
[…] Texto da feminista mineira Cynthia Semiramis em seu blog: […]
Oi Cynthia, gostei muito do seu post. Devemos sim registrar nossas experiências para elas não serem repetidas no futuro. Essa gente neoliberal tentou destruir a Universidade Pública. Isso deve ser passado para as gerações futuras.
[…] este artigo nos meus Favoritos. Sempre que o leio, lembro-me do período da minha adolescência até os tempos […]
É bom salientar que muitas comparações aqui colocadas dizem respeito erroneamente a Universidades ESTADUAIS, como no caso da USP e da Unicamp. Essas falam um pouco da realidade da gestão eterna do PSDB no Estado de São Paulo, mas não servem como base de comparação com as universidades FEDERAIS.
Entrei na UFF em 2001 e, sinceramente, a situação era calamitosa, assim como era a UFRJ. Todos os professores que tive e que já eram do quadro discente durante o governo FHC têm pânico do PSDB voltar ao poder, mesmo não gostando do governo PT.
Não sou do PT e nem votei na Dilma…Mas como bibliotecário de uma universidades federal afirmo que passamos oitos no governo FHC sem comprar um único livro…Não tinhamos material para trabalhar , nem papel higiênico…Eles tentaram destruir a universidade por inanição…Foram anos terríveis…!!!
Quando, no debate, Dilma perguntou a Aércio sobre o que achava da privatização, ele respondeu: “Claro que apoio a privatização, Dilma. Imagina, por exemplo: o que seria das empresas de Celular, que já funcionam tão mal, se fossem do Estado?”.
Eu particularmente não entendi o que esse argumento significava. Dilma respondeu falando da Caixa e o Banco do Brasil, que hoje são bancos respetáveis (muito, eu diria). Eu acredito que a privatização ou estatização de fato não são o problema, e sim a forma como ambas empresas estaduais ou privadas são administradas ou fiscalizadas.
Na época FHC, as empresas do Estado funcionavam muito mal e tinham péssima imagem. E as privatizações foram escandalosas e muito mal sucedidas. (A tal Privataria Tucana). A partir de 2002, foi tudo feito com muito mais equilibrio, apesar do que a VEJA diga.
Excelente texto. Recordar é viver.
A Unicamp não é uma universidade federal e sim uma universidade estadual, o regime estatutário das universidades estaduais segue um plano de carreira e cargos diferenciado do regime das universidade federais tanto que hoje a USP e as outras universidades estaduais paulistas estão com sérios problemas financeiros o que não ocorre nas universidade federais.
Estudo Engenharia no CEFET-MG atualmente e vejo o progresso das Instituições Federais, hoje temos prédios novos, o número de vagas para professores aumentou, temos um restaurante universitário que atende a todos os “cefetianos”, bolsas de iniciação científica, monitoria, cursos novos sendo abertos… Mas, me lembro da época do técnico, quando o restaurante que tínhamos atendia apenas parte dos alunos carentes e estudávamos em um prédio que estava parcialmente interditado. PSDB nunca mais!!!
Adam, estudei na UnB entre o final do governo FHC e, por conta do mestrado, todo o primeiro mandato do Lula. É espantoso o quanto aquele campus mudou. Quando entrei o colegiado tinha mais professor temporário que efetivo, as salas tinham péssimas condições, não tinha cadeira pra sentar. Recentemente fui na UnB e a quantidade de prédios novos é impressionante. Tenho muitas questões com os governos do Lula e da Dilma, mas o meu voto é do PT por ter visto claramente a mudança acontecer na educação superior.
No entanto, houve ausência de renovação do quadro. A greve de 2001 foi a que mais deixou evidente o sucateamento das universidades federais e a completa falta de investimento. Lembro de um professor, após o término da greve, ficar feliz com a divulgação da calamidade das universidades, pois havia um completo silêncio sobre esse sucateamento. O concurso para federal de tocantins de 2002 tinha como salário base para professor ajunto pouco mais de 800 reais. Então, não sei se foi só uma questão de reforma do serviço público, mas talvez uma clara política de desvalorização da universidade pública.
Republicou isso em Alexandre Melo Franco Bahiae comentado:
A Cynthia conseguiu resumir o mesmo sentimento que tenho sobre os “anos FHC” nos quais também estudei na UFMG…
[…] o governo era do PSDB não tinha nada. Não tinha nem depósito. Faltava tudo”. Pergunte a qualquer pessoa que esteve numa universidade pública durante os anos FHC como foi. Por que haveria de ser […]
Também passei perrengue lá no IFCS/UFRJ entre 1997 e 2003, irmão. Só quem teve lá sabe a encrenca que a gente encarou, Alex!
Hoje sou professor universitário, mas quando terminei meu doutorado, em 2002, não tinha concurso para professor em praticamente nenhum lugar;
Formado em engenharia, com mestrado e doutorado, com família e vendo que ficaria desempregado – eu estava apavorado!!
Tanta formação não adiantava de nada, porque com FHC era só miséria e carestia.
FHC/Aécio/PSDB reduziram e sucatearam as universidades e a petrobras;
o objetivo era privatizar tudo.
Isto não é discurso é realidade – esta nos jornais da época.
Depois que Lula entrou, a vida dos recém doutores e dos professores universitários mudou completamente!
Os aumentos de salário foram acima da inflação.
Praticamente todas as universidades foram reformadas e ampliadas;
Foram criadas 18 universidades novas; 170 campus avançados, o FIES, PROUNI, Ciências sem Fronteiras e diversos programas de apoio aos cursos de graduação e pós-graduação.
Temos hoje vários prédios novos e os laboratórios estão super equipados;
temos uma biblioteca que esta entre as melhores do mundo na área;
Recebemos visitas internacionais e todos ficam impressionados com a qualidade de nossas instalações.
Hoje, o recém doutor escolhe onde vai trabalhar, porque tem concurso em todo lugar. Onde trabalho temos vagas sobrando; faltam candidatos!
Só no nosso laboratório foram feitos investimentos de mais de 20 milhões de reais; praticamente todos os alunos tem bolsas!
Hoje, com Lula e Dilma, é quase só notícia boa!
Por isso, queridos alunos e pais de alunos, se querem uma educação de melhor qualidade, votem Dilma 13!
Dilma aprovou 10% do PIB para educação;
75% dos royalties do petróleo para educação!
Minha mulher -professora da UFRPE- diz a mesma coisa do que escreveu Cynthia. Á medida que fui lendo o texto, pareceu estar ouvindo-a falar. Fui de uma época bastante anterior. Entrei na UFRPE em 1968 ( “1968, o Ano Que Não Terminou” de Zuenir Ventura). Foi o ano mais duro, até então, nas universidades brasileiras. Greves, perseguição de alunos, destruição de Diretórios Acadêmicos pelo CCC -Comando de Caça aos Comunistas-, prisões. O semestre letivo que iniciaria nos primeiros dias de março somente veio a acontecer em 25 de abril. Mas, o pior estava por vir: 13 de dezembro de 1968 veio o AI-5. E com ele o Decreto nº 477, que expulsou estudantes das universidades, por 3 anos e instalou o verdadeiro estado de terror em seu interior. Diretórios Acadêmicos e Diretório Central tiveram seus dirigentes cassados e afastados da UFRPE, sendo colocados estudantes alinhados com a ditadura para serem interventores. A partir daí, as paredes “tinham ouvidos”. Você não sabia quem era, ou não, informante do SNI. Polícia dava ‘batidas’ no Campus. Um colega que viera transferido de outra escola de agronomia, de um Estado vizinho, correu, em plena aula prática, quando percebeu a aproximação da polícia montada.
Na madrugada em que quebraram o DA de Agronomia, os integrantes do CCC passaram em frente à nossa República Estudantil e fuzilaram as paredes, acordando-nos a todos com os fortíssimos estampidos em plena madrugada. E olhe que na noite anterior em próprio ficara, sozinho até início da madrugada, no DA de Agronomia, preparando um trabalho escolar, para apresentar no dia seguinte. Se o CCC chegasse naquela noite, nem imagino qual teria sido o desfecho.
Esse relato tem por objetivo dizer que, também naquela época, as universidades foram sucateadas, castradas, pela ditadura militar, tal como o fez o desgoverno de FHC.
O que torna a era FHC ainda mais draconiana, haja vista que, nela, já vivíamos em um “estado de direito” restabelecido que fôra pela redemocratização, sem as ‘peias’ de um regime de exceção, na vigência de uma constituição dita cidadã, na qual as questões da Educação ganharam um delineamento bastante razoável.
Desnecessário repetir “Ditadura nunca mais”. Como não deveremos deixar de falar: “FHC e sua gente ? Jamais ! ”
A Universidade repudia a volta desse gente. E o ensino e a educação agradecem.
Cynthia, seu texto continua atual e fundamental em um país de memória curta. Vivi a mesma situação na UFF e hoje quando tento lembrar aos colegas sobre essas coisas, ouço piadinhas. Ainda bem que você teve o cuidado de registrar no seu blog e tantos outros colegas concordaram legitimando seu relato. Obrigada.
[…] lhes impedia até mesmo de pagar contas de luz. No blog de Cynthia Semíramis, é possível ler depoimentos às dezenas sobre o que era a universidade brasileira nos anos […]