Hoje, se estivesse viva, Simone de Beauvoir faria cem anos. Ela é admirável, não só pela influência de seus livros no processo de emancipação das mulheres, mas pelo seu estilo de vida, bastante independente e transgressor. Sem se casar oficialmente, e conduzindo relações paralelas, teve com Jean-Paul Sartre uma relação tanto intelectual quanto amorosa que perdurou por mais de cinqüenta anos, até a morte dele. Para se ter uma idéia do escândalo dessa postura em meados do século passado, ainda hoje são poucas as pessoas que aceitam ou vivem um relacionamento amoroso aberto, em casas separadas. Também são poucas as pessoas que optam por não ter filhos, e menos ainda as que têm uma relação intelectual séria e duradoura.

Espero que neste ano sejam publicadas edições comemorativas de suas obras, principalmente uma edição especial de “O Segundo Sexo” (pois as existentes estão todas em bibliotecas, mofadas e impossíveis de ler). É o mínimo que se pode esperar em homenagem à uma mulher que mudou as perspectivas do movimento de mulheres e lançou olhares interessantíssimos sobre a cultura ocidental.

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