Na época em que o Super Size Me foi lançado teve gente defendendo o McDonald’s dizendo que tudo em excesso faz mal, que todo mundo sabe que não pode comer fast food diariamente, que quem come se submete ao risco de engordar e ter problemas de saúde, etc. Essa é a lógica de quem consome.
Só que a lógica pra quem trabalha em empresa de fast food é outra: os funcionários têm de comer diariamente aquilo que produzem. O que, para consumidores, seria um lanche esporádico, para os funcionários é refeição diária, desequilibrada e pouco saudável. Não há escolha aqui: ou o funcionário aceita comer fast food todo dia, ou gasta boa parte do seu (pequeno) salário para comprar comida em outro local. Ou seja, trata-se de uma injustiça, e uma falta de respeito com a saúde dos funcionários.
O TRT-SP reconheceu esse absurdo, e entendeu que lanchonete fast food não se confunde com restaurante, não podendo obrigar seus funcionários a consumir como refeição apenas a comida que produzem. Espero que a moda se alastre, e que os funcionários dessas lanchonetes tenham direito a uma alimentação mais humana.
A ementa da decisão é a seguinte (os grifos são meus):
EMENTA: EMPRESA DE FAST FOOD. LANCHE NÃO EQUIVALE A REFEIÇÃO. NORMA COLETIVA DESCUMPRIDA. TICKET-REFEIÇÃO DEVIDO. O fornecimento de lanche pela conhecida empresa do ramo de fast food a seus empregados não se confunde com a refeição preconizada na norma coletiva, mormente em vista do elevado teor calórico e questionável valor nutritivo dos produtos por ela comercializados, a par da notória impropriedade do seu consumo diário. Desatendidos os fins da norma coletiva da categoria, por maioria, dá-se provimento parcial ao apelo do autor para deferir-lhe os importes relativos aos ticket-refeição, observados os importes previstos nos instrumentos normativos.
Confiram a íntegra no Conjur.
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Bom serviço público o seu de divulgar esta ementa!
[…] Boa notícia para quem trabalha em fast food : um precedente no estado de SP . O TRT reconheceu que lanche não é refeição. Confiram ! […]
Oi, Cynthia! Ao que me parece, tal assunto é controverso… Também penso que a culpa da mídia tenha um peso igual ao das “mãedrastas” (pois o que se espera das mães fofas é que elas pensem e demonstrem que a sua cria é a mais bonita, a mais inteligente etc).
Fazendo um gancho, achei interessante esta matéria da Época: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG74281-6014-419,00.html , em que uma psicóloga americana afasta essa idéia geral de que os pais exerçam influência decisiva na formação da personalidade dos filhos. Para ela, são os amigos os grandes responsáveis! No meu caso, com certeza, minhas amigas tiveram uma influência bem maior na construção da minha auto-estima que a minha mãe. Afinal, elogio de mãe fofa é totalmente suspeito. Então, a medida das coisas se dá com mais credibilidade quando são os amigos que opinam. Na última parte a entrevistada diz que “a mãe falar que a filha é linda conta menos que as amigas falarem o mesmo”. Concordo. Mas também concordo que basta a mãedrasta dizer que a filha é feia para arrasar com a menina.
Bom, a coisa rende muito pano pra manga mesmo. Só espero que as adolescentes doentes com a própria imagem se curem ao chegar na fase adulta. Fiquei com um pouco de raiva também, poxa. Cadê a personalidade dessas meninas? Mas aí lembro que são adolescentes ainda…
Beijos!