Ainda sobre o concurso ridículo da webmusa, vejam que pérola a organização publicou agora:
UPDATE 3 – Em virtude de mais alguns questionamentos, agora levantados por alguns blogueiros a respeito da categoria webmusa, gostaríamos de dizer que a mesma foi definida de acordo com o perfil da PIX, de DIVERSÃO DIGITAL (fun, entretenimento). A categoria, quando retirada do contexto geral da premiação ou utilizada em uma discussão mais profunda sobre o papel da mulher na sociedade, ganha dimensões que não fazem parte do DNA da PIX.
Quem escreveu isso não percebeu que a categoria webmusa tem de ser, e está sendo, analisada exatamente no contexto da premiação. Em todas as demais categorias, o que importa é um ato praticado (seja ter blog, seja ter criado/participado de algo que teve repercussão). Na categoria webmusa, importante é informar o estado civil e a idade das indicadas. Segundo e-mail da organização, não importa o trabalho desenvolvido, desde que a indicada seja uma “guria gata/gostosa/simpática da internet“.
Ou seja: “diversão, fun, entretenimento”, pra organização do concurso, significa vincular mulheres à aparência. Diversão significa eleger homens competentes e mulheres objetos. Divertido é só ver os corpos das mulheres, classificá-las pelos corpos e insistir sempre para que sejam apenas e primeiramente catalogadas como objetos.
Isso já estava implícito nas categorias do concurso. Mas é surpreendente ver que a organização, ao receber as críticas e tentar rebatê-las, apenas reforçou sua posição: mulher é o tipo de ser humano que só serve pra diversão. Isso não é modernidade. Isso é voltar ao século XIX.
E dizer que as críticas foram feitas por blogueirOs é esconder a verdade: as críticas foram feitas por mulheres blogueiras. Basta ver os comentários de repúdio no blog da premiação. Linguagem inclusiva é fundamental para evitar discriminação, mas essa é outra coisa que a organização do concurso ainda não entendeu.
Ai, meus sais. Ela basicamente tá chamando seus leitores de burros. “Questionamentos mais profundos não fazem parte do DNA da Pix”.
A mulher não percebe que É IMPOSSÍVEL dissociar a configuração do concurso deste tipo de reflexão. Ela fala como se o concurso dela fosse feito no vácuo e não numa sociedade real. Affe maria, mais palerma impossível.
Este assunto tem me irritado tanto que acho que não vou resistir a escrever sobre também.