Outro dia, estava cortando o cabelo quando o papo do salão se tornou o corpo das atletas. Falamos do excesso de músculos, da falta de gordura, da masculinização do corpo feminino, etc. Uma mocinha discordou, dizendo que é melhor ser musculosa do que gorda.
Em que mundo eu estava que não notei que pras pessoas hoje tudo é 8 ou 80? Cadê o meio-termo? E lá fomos nós (3 mulheres com mais de 30 anos) explicar pra ela que existe um meio termo entre gorda e macérrima, e que esse meio-termo é onde a maioria das mulheres está. Não é uma questão de ser melhor ou pior, existem diversas nuances a serem c”onsideradas. O que mais me doeu foi entender que vivemos hoje num mundo que só valoriza a estética masculina, com pouca gordura e músculos ressaltados.
Desconfio que a pressão da mídia para só mostrar corpos magros (como ideal de beleza) ou corpos extremamente obesos (como algo a ser banido da sociedade) está levando as pessoas a só pensarem em termos de extremos. Está mais do que na hora de insistirmos em mostrar e valorizar a diversidade de corpos, ao invés de ficar apenas pendendo para extremos que correspondem a uma parcela ínfima da sociedade.
E ainda sobre o tema da ojeriza à obesidade feminina, a Lola fez uma série de posts excelentes: parte 1, parte 2, parte 3.
Posso reproduzir seu artigo no meu sítio, citando fonte, autoria, etc?
Cynthia,
olha só que coisa, meu objeto de estudo é o corpo feminino, o controle sobre ele, etc. E como eu não tinha encontrado ainda seu artigo, tendo escavado tanto a net atrás de artigo sobre o tema? Adorei. Ainda mais escrito por uma profissional do direito, já que não há muita coisa em direito né? Minha orientadora disse que somos poucas mesmo. Abraços. E a série de posts da Lola tá ótima mesmo.
Oi, Cynthia, obrigada pelo link. Só que o primeiro “parte 1” não dá pra lugar nenhum. O segundo “parte 1” que vc pôs dá pra minha parte 3…
Fico feliz que vc levante uma discussão dessas num salão cabeleireiro. É necessário!
Claro que pode, Patrick!
Nalu, tem pouquíssima coisa em direito, mesmo. Mas é de pouquinho em pouquinho…
Lola, links corrigidos, tinha esquecido de fechar as aspas. A parte boa é que eu não precisei levantar o assunto, a conversa toda foi por iniciativa da cabeleireira!