Destesto essa época do ano. Moro perto de um shopping, e em dezembro simplesmente não é possível sair de casa para fazer nada. Shopping lotado, praças de alimentação lotadas, supermercado lotado e com estoque diminuto, buzinas a toda hora, um verdadeiro caos. Tudo isso porque as pessoas acreditam que precisam gastar dinheiro para serem felizes e aceitas por outras pessoas. Prefiro muito mais presentear os amigos mais próximos com biscoitos, panetone e bolinhos que eu fiz do que me irritar com filas, barulho e lembrancinhas de faz de conta. Cada vez mais tenho adotado a filosofia do “compre menos”, e acredito que ela seja bastante necessária nesta época de consumo exagerado. O texto abaixo não é meu, mas reflete o que eu penso, e é perfeito para essa época do ano:
Compre menos
18 de dezembro de 2007 – 13h45Consumir significa produzir lixo. Cada garrafinha de água, saco plástico, celular “velho”, pastilha de freio ou embalagem de hamburguer vira um pedaço de lixo em decomposição por centenas ou milhares de anos, ocupando espaço e contaminando rios e solos.
Somos muitos, logo produzimos muito lixo. O bombardeio publicitário cotidiano e as técnicas de produção, venda e consumo em massa fazem a montanha crescer em progressão geométrica.
O mundo da descartabilidade instantânea e do consumo abundante e desigual só se sustenta porque é para poucos. Com pouco mais de 1/3 das famílias donas de carros, a cidade já mostra a saturação de um recurso vital: o espaço.
A escassez de recursos e a destruição muitas vezes irreversível de ecosistemas inteiros são conseqüências “naturais” de um mundo consumista, ainda que as indulgências verdes das propagandas sustentáveis prometam o contrário.
Dos três “Rs” sobre o lixo, “reduzir, reutilizar e (só então) reciclar”, o primeiro ainda segue esquecido na era do “hype” da sustentabilidade. O grande negócio é prometer a salvação do planeta para que os clientes possam continuar destruindo sem peso na consciência: “Suje, que nós limpamos. Compre, que nós reciclamos. Polua, que nós plantamos árvores”.
Com espaço e apelo muito maiores do que o marketing verde, o departamento de vendas e o marketing convencional seguem dizendo: “Compre, compre muito. Compre tudo que você não precisa mas acha que quer porque a gente te disse 5 mil vezes por dia que era para você querer”.
Neste natal e em todos os outros 364 dias do ano, dê um presente à vida: compre menos.
Fonte: Apocalipse motorizado .net
Para quem chegou até aqui, muito obrigada pela companhia neste ano. Tenha um feliz natal, boas festas e um ótimo 2008!
Cynthia, até que gosto de fim de ano, mas pelas razões certas: festas e confraternização. Ando gastando cada vez menos e quando penso em como eu era há anos, gastadeira, fico muito orgulhosa… 😉 Acho que o Natal do consumo está muito ligado às crianças e aos adolescentes…parece que os pais preferem agradar com presentes que inculcar hábitos mais “maduros”, digamos assim, nos filhos. Aí os pequenos se tornam jovens adultos do jeito que a indústria gosta… Será que as crianças já nascem querendo, gostando e precisando de presentes do Papai Noel pra se sentirem realizadas no Natal??? (Lembra das propagandas da Estrela?)
Só pisarei em um shopping numa segunda-feira, no ano que vem, pra ver se consigo alguma promoção que valha a pena.
No mais, FeLiZ NaTaL e ótimo 2008 pra vc também! 😉
[]’s
Adorei o texto e isso ainda é alguma coisa que preciso trabalhar, embora esteja cada vez mais melhorando. Eu sou consumista compulsiva de livros, mas uma das minhas metes pra 2008 é diminuir.
Um 2008 super feliz pra vc. Abraços.
Gostei muito do seu blog. A selecção dos temas está na minha onda. Só não concordo consigo sobre o Natal, mas compreendo o seu ponto de vista: detesta o aspecto consumista da época. Aí estamos de acordo. Mas a época em si adoro, pois, se estivermos nessa vibração, há de facto muito boas energias, bons sentimentos, Amor, no ambiente – desde que se evitem os shoppings, claro… Por outro lado, podemos ligar-nos a uma tradição milenar, que já vem dos povos que celebravam nesta época o solstício do Inverno, honrando o Sol, que no Hemisfério Norte começa a permanecer todos os dias um pouco mais connosco até ao momento do Solstício do Verão, em 24 de Junho, o dia maior do ano. Mas com certeza que também sabe disto…
Então, há já alguns anos que consegui entrar nessa magia do Natal e acho a época fantástica. Adoro inventar presentes, de preferência a custo zero, enviar correspondência original, decorar a casa e… comprar o mínimo indispensável!
Acho bom que não nos tornemos vítimas da publicidade, nem de tradições que perderam todo o sentido, mas podemos sempre reinventá-las de forma criativa. Ah, uma coisa que acho indispensável nesta altura: desligar o televisor, passear muito pela natureza, voltarmo-nos para a Mãe Terra, porque afinal e Festa do Natal tem tudo a ver com a Natureza!
Fique bem.
Um abraço
Luíza Frazão
O meu blog é : http://saberdesi.blogspot.com